Seca e altas temperaturas prejudicam colheitas na China
Analistas temem que seca e altas temperaturas prejudiquem colheita chinesa
Partes da China estão a sofrer a sua pior onda de calor em seis décadas, com temperaturas de até 43ºC e o menor volume de chuva desde 1961, uma queda de 40% em relação ao ano passado.
Rios secos, calor escaldante e racionamento de energia em partes da China estão a interromper o funcionamento das fábricas e ameaçar o rendimento das colheitas. Analistas temem que o cenário prejudique a produção de culturas como arroz e milho para a colheita de outono nas regiões centrais do país e ao longo da bacia do rio Yangtze. O rio está no nível mais baixo desde o início dos registros, de acordo com dados publicados na segunda-feira, 15, pelo Ministério de Recursos Hídricos da China.
Partes da China estão a sofrer a sua pior onda de calor em seis décadas, com temperaturas de até 43ºC e o menor volume de chuva desde 1961, uma queda de 40% em relação ao ano passado. A previsão é de que o calor se mantenha nas próximas duas semanas.
A campanha de milho está entre as culturas mais ameaçadas por se encontrar em um estágio onde o extremo calor ou as condições da água podem prejudicar os rendimentos, disse o cofundador da Sitonia Consulting, Darin Friedrichs, empresa de pesquisa agrícola com sede em Xangai. O efeito da seca junto com a onda de calor pode levar Pequim a importar mais milho do Brasil ou dos EUA, acrescentou Friedrichs.
Os EUA são os maiores vendedores de milho para a China, que já enfrenta cortes nas exportações da Ucrânia, outro grande fornecedor. Para o ano que termina em setembro de 2023, a China deverá produzir 271 milhões de toneladas de milho e importar 18 milhões de toneladas, sendo a maior parte usada como ração animal, enquanto as aplicações industriais devem usar 81 milhões de toneladas, de acordo com previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A Sichuan Meifeng Chemical Industry disse em um documento que uma suspensão da produção causada pelo racionamento de energia deveria reduzir a fabricação de ureia em cerca de 15 mil toneladas e a produção de fertilizantes compostos em cerca de 6 mil toneladas, mas não teria um impacto significativo no desempenho operacional da empresa.
Segundo a produtora Sichuan Lutianhua a produção de fertilizantes também pode ser atingida. De acordo com a empresa, a redução de energia de Sichuan pode reduzir sua produção de ureia em cerca de 35 mil toneladas e sua produção de metanol em cerca de 10 mil toneladas, prejudicando os lucros.