Dezembro 5, 2024

Agricultura Internacional

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Alltech Agri-Food Outlook 2023 revela conclusões do inquérito mundial sobre produção de alimentos para animais

Alltech divulgou o Alltech Agri-Food Outlook 2023 com as conclusões do seu inquérito mundial sobre produção de alimentos para animais (rações).

Apesar dos enormes desafios macroeconómicos que afetaram toda a cadeia de abastecimento, a produção mundial de alimentos para animais manteve-se estável em 2022, totalizando 1,266 mil milhões de toneladas, apenas 0,42% abaixo da produção estimada em 2021. Este inquérito anual da Alltech, na sua 12ª edição, inclui dados de 142 países e mais de 28.000 fábricas de alimentos para animais.

A Europa viu-se confrontada com diversos desafios, incluindo doenças, fenómenos climáticos severos e o impacto da invasão da Ucrânia. A pandemia da COVID-19 teve grande impacto no setor agroalimentar, gerou alterações na cadeia de abastecimento e acelerou a adoção de novas tecnologias e práticas de sustentabilidade ambiental.

Os 10 principais países produtores de alimentos para animais no ano passado foram: a China (260,739 milhões de toneladas métricas-MTT), os EUA (240.403 MMT), o Brasil (81.948 MMT), a Índia (43.360 MMT), o México (40.138 MMT), a Rússia (34.1 47 MMT), a Espanha (31.234 MMT), o Vietname (26.720 MMT), a Argentina (25.736 MMT) e a Alemanha (24.396 MMT). No seu conjunto estes países produziram 64% da produção mundial de alimentos para animais.

Já quanto ao consumo mundial de rações, metade está concentrado em quatro países: China, EUA, Brasil e Índia.

O Vietname registou uma forte recuperação na quantidade que produziu em 2022, entrando para o top 10, à frente da Argentina e da Alemanha e destronando a Turquia, que sofreu uma redução na quantidade produzida. A Rússia ultrapassou a Espanha, onde houve uma redução significativa da produção de alimentos para animais.

Principais conclusões gerais do inquérito:

• A produção de alimentos para animais aumentou em várias regiões, incluindo a América Latina (1,6%), América do Norte (0,88%) e Oceânia (0,32%), e diminuiu na Europa (- 4,67%), em África (-3,86%) e na região Ásia-Pacífico (-0,51%).

• Por tipos de ração, a produção mundial aumentou nos setores da aquicultura, frangos, galinhas poedeiras e animais de estimação e diminuiu nos setores dos bovinos de carne, dos bovinos de leite e dos suínos.

• Apesar de ter sofrido uma ligeira redução na produção de alimentos para animais, a China continua a ser o maior país produtor, seguida dos EUA e do Brasil.

Principais conclusões por espécie pecuária:

• O setor das aves de capoeira registou aumentos na produção de alimentos para animais para galinhas poedeiras e frangos.

  • A gripe aviária, outras doenças e os elevados custos das matérias-primas afetaram o setor das galinhas poedeiras em muitos mercados, especialmente na Ásia, Europa e África. Por outro lado, o crescimento do setor foi impulsionado devido a desafios maiores noutros setores que levaram a um aumento da procura de ovos. Globalmente, a produção de alimentos para animais no setor das poedeiras aumentou 0,31%.
  • Embora a produção de rações no setor dos frangos tenha aumentado 1,27%, registaram-se diferenças significativas de país para país. Globalmente, houve crescimento da produção de alimentos para animais no setor dos frangos, principalmente no Médio Oriente, na América do Norte e na América Latina.

• A produção de alimentos para suínos diminuiu globalmente em 2022 em quase 3%. A peste suína africana e os elevados preços dos alimentos para animais levaram à redução da produção de suínos em muitos países. No entanto, no Vietname, China, África do Sul, Brasil e México, a melhoria dos preços da carne de porco e outras condições de mercado levaram ao crescimento do setor.

• A produção de rações para bovinos de leite diminuiu 1,32%, principalmente devido ao elevado custo da alimentação animal combinada com os baixos preços do leite, o que fez com que os agricultores reduzissem o seu efetivo de vacas e/ou dependessem mais de fontes de alimentos não comerciais. Exceção para a Irlanda, onde a seca fez com que os agricultores dependessem mais dos alimentos para animais comerciais, e da Nova Zelândia, onde o preço do leite foi mais elevado.

• A produção de rações para bovinos de carne diminuiu ligeiramente, 0,34% a nível global. A tendência de queda manteve-se na Europa, mas em quase todas as outras regiões registaram-se aumentos. Na Austrália, a redução da produção de rações foi consequência da abundância de pastagens e não reflete qualquer alteração da procura de carne de bovino.

• No setor da aquacultura verificou-se um crescimento da produção mundial de rações de 2,7%. Os 5 principais países produtores são a China, o Vietname, a Índia, a Noruega e a Indonésia. Registaram-se aumentos significativos na China, Brasil, Equador, Filipinas e EUA, e foi um dos poucos setores que registou crescimento na Europa.

• A produção de alimentos para animais de estimação foi a que mais cresceu, com um aumento médio global de 7,25%. Este aumento significativo deve-se, em grande parte, ao aumento do número pessoas que adotaram animais de estimação durante a pandemia da COVID-19. A América do Norte e a Europa continuam a ser as principais regiões produtoras de alimentos para animais de estimação.

Principais conclusões por região:

• A América do Norte registou um aumento de 0,88% (2,272 MMT) e os EUA continuaram a ser o segundo maior país produtor de alimentos para animais a nível mundial, depois da China. O crescimento foi registado nos setores dos frangos, da carne de bovino e dos alimentos para animais de estimação.

• A América Latina registou um crescimento de 1,6% (3,006 MMT), e o Brasil manteve-se líder regional na produção de alimentos e ficou em terceiro lugar a nível mundial. A maior parte do crescimento foi reportada pelo México, Brasil e Chile.

• A Europa registou a maior diminuição da produção de alimentos para animais de 4,67% (-12,882 MMT), devido a questões que incluem a invasão na Ucrânia e a propagação de doenças animais, como a peste suína africana (ASF) e a gripe aviária (IA).

• A Ásia-Pacífico manteve-se estável, uma vez que os decréscimos registados na China, Paquistão, Tailândia e Malásia foram compensados por aumentos no Vietname, nas Filipinas, na Mongólia e na Coreia do Sul. Três dos 10 principais países produtores de alimentos – China, Índia e Vietname – são asiáticos.

• África registou um decréscimo de 3,86% na produção de alimentos para animais (-1,718 MMT), principalmente devido às reduções registadas no Egito, Marrocos, Quénia e Nigéria. A África do Sul, por outro lado, registou um aumento de mais de 2%, e a Namíbia também reportou maior tonelagem de alimentos em 2022.

• A produção na região do Médio Oriente subiu significativamente, 24,7% (6.301 MMT), em resultado de relatórios mais precisos e do esforço do Governo da Arábia Saudita para aumentar a produção de frangos, no âmbito do seu plano Vision 2030.

• A Oceânia manteve-se estável, com uma pequena redução reportada pela Austrália que foi compensada por um ligeiro aumento reportado pela Nova Zelândia.


A Alltech trabalha em conjunto com fábricas de rações, outras entidades privadas e organismos públicos em todo o mundo para compilar informação que permita avaliar a produção de alimentos para animais anualmente. A informação sobre produção e preços de alimentos compostos para animais foi recolhida no último trimestre de 2022 pela equipa comercial da Alltech a nível mundial, em parceria com associações locais de indústrias de rações. Estes números são estimativas e destinam-se a servir de recurso informativo para as partes interessadas do setor.

Para aceder a mais informação e à análise do Alltech Agri-Food Outlook 2023, incluindo um mapa mundial interativo, consulte: alltech.com/agri-food-outlook

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