Dezembro 6, 2024

Agricultura Internacional

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“A internacionalização foi uma boa aposta”

Pasto Alentejano – Distribuição, Lda. é uma empresa familiar que se dedica à produção pecuária, sendo também proprietária do Matadouro Regional do Alto Alentejo. São 23 pessoas nos quadros da empresa, mais 100 no matadouro.

Administradores: Augusto Serralheiro e José Serralheiro

Responsável ligado à produção: Tiago Serralheiro 

Responsável ligado ao matadouro: Filipe Serralheiro

Atividade: Pequenos ruminantes | Local: Sousel (Alto Alentejo)

Pasto Alentejano – Distribuição, Lda. é uma empresa familiar que se dedica à produção pecuária, sendo também proprietária do Matadouro Regional do Alto Alentejo. São 23 pessoas nos quadros da empresa, mais 100 no matadouro.

Tiago Serralheiro, Augusto Serralheiro, José Serralheiro, Filipe Serralheiro

Tiago Serralheiro, de 23 anos, é quem está mais ligado à produção e explica à nossa reportagem como se processa o ciclo, dividido em três fases. A primeira é a fase do produtor, quando nascem os borregos.

A empresa trabalha com mais de mil produtores que essencialmente criam ovinos de raça merina (normalmente cruzada) e a quem a equipa de médicos veterinários acompanha e aconselha sobre a melhor estratégia para que depois a adaptação ao centro de acabamento – já na exploração Pasto Alentejano – seja o mais simples possível. Depois de registados os animais passam algum tempo nesta fase dois para desenvolvimento até que são encaminhados para a zona de acabamento (fase três). Aí, cada pavilhão é identificado em função do destino final dos borregos.

De 10 mil ovinos em 2015 para 40 mil atualmente

De acordo com Tiago Serralheiro tem-se registado um grande crescimento nos últimos anos. Se em 2015 a capacidade era para 10 mil ovinos, hoje o efetivo constante é de 40 mil borregos. Mas foi necessário criar condições para isso, nomeadamente com o aumento da área coberta e uma aposta no bem-estar animal na exploração. Além disso, toda esta estrutura tem sido acompanhada de evolução tecnológica.

Escoamento faz-se para mercados diversificados

O escoamento dos animais é efetuado através do matadouro e segue para toda Europa, mas também já com bastante expressividade para alguns países árabes. Em Portugal trabalha com a grande distribuição e com talhos. O responsável explica que esta diversificação de mercados tem sido uma estratégia vencedora, bem refletida no momento que vivemos pois, apesar de todas as contingências, foi possível dar resposta aos produtores e escoar toda a produção.

Atualmente a unidade encontra-se com capacidade para cinquenta mil borregos de efetivo, e subdivide-se em três áreas:

1 – Uma zona de receção onde todos os animais são admitidos e devidamente organizados.

2 – Uma zona de desenvolvimento onde os animais ficam cerca de trinta a sessenta dias.

3 – Uma zona de retirada.

Raça privilegiada: Merino

Sem se saber ao certo qual a origem desta raça acredita-se que descende de cruzamentos entre raças trazidas de zonas da Ásia Menor, num passado longínquo, para o Mediterrâneo, e por raças trazidas do norte de África para a Península Ibérica, já no final do séc. XX. O processo de seleção natural desenvolvido com o passar dos anos, deixa-nos com o atual Merino caracterizado pela qualidade da sua lã e pela sua extraordinária rusticidade. Todas as características do Merino Português foram-se adaptando ao ecossistema em que está inserido, mas é a sua rusticidade que lhe permite um desempenho no processo de engorda muito positivo. Apresentando resultados constantes e regulares.

O Matadouro Regional do Alto Alentejo (MATSEL), situado em Sousel, iniciou a sua atividade em 1991 mas foi em 2017 que a administração da Pasto Alentejano decidiu comprar a maioria do mesmo e alterar a estratégia até aí delineada.

A direção do MATSEL procurou especializar e dinamizar a unidade naquilo que é o seu know-how – abate e desmancha de ovinos. Estratégia que com o tempo tem vindo a demonstrar-se acertada, estando criadas condições de investimento e com perspetivas de contínua especialização e desenvolvimento.

Esta unidade, integrada na rede nacional de abate presta serviços de Abate, Desmancha, Corte Fino, Transformados (picados e preparados de carne), Embalagem e Expedição de carnes em fresco e congelado.

Está homologado para prestação de serviços de Abate e Desmancha em Portugal e na Comunidade Europeia, e é capaz de assegurar a total rastreabilidade da carne que labora.

Constituído por uma equipa de 100 pessoas o MATSEL é um dos maiores empregadores do concelho de Sousel e já no corrente ano 2020 a administração fixou o salário mínimo em 700 euros além de ter procedido à revisão dos salários consoante a antiguidade de cada colaborador na empresa, com alguns a verem aumentados os seus vencimentos em 20% .

É ainda de realçar a distribuição de 10 % dos lucros por todos os colaboradores, num sistema adotado em 2019, ao que se soma uma política de contratação direcionada para a juventude, reflexo do grau de compromisso assumido por estas duas entidades (MATSEL e Pasto Alentejano) na criação de emprego com condições de excelência, assim como medidas concretas para a fixação de famílias no interior.

Mais informação em: www.pastoalentejano.pt ↵

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