Abril 20, 2024

Agricultura Internacional

Imprensa especializada do Setor Agrário

Governo de Itália promove PAC conservadora em algumas escolhas

Professor Associado no Departamento de Ciências Agrárias Alimentares e Ambientais da Universidade de
Perugia, onde ensina Economia e Política Agrícola e Política Agro-alimentar, Angelio Frascarelli conduz
também investigação em áreas como objetivos e instrumentos da Política Agrícola Comum; economia dos
mercados agrícolas; análise económica da agricultura de precisão e digital; multifuncionalidade da
agricultura e do desenvolvimento rural. Na sua análise, tal como em Portugal, em Itália promove-se uma PAC conservadora.

Como é que os fundos da PAC contribuíram para o sucesso da agricultura italiana? Quais são os desenvolvimentos mais significativos?

A Política Agrícola Comum teve o mérito indiscutível de manter mais de 10 milhões de hectares de terra em boas condições agronómicas.

A PAC tem beneficiado tanto as zonas marginais como as mais intensivas. Em zonas marginais e não rentáveis de montanha e colinas, tem impedido o abandono do cultivo e preservado o potencial de produção. Em anos de preços baixos, os agricultores preferiram não cultivar, mas sendo obrigados pela PAC a manter as terras em boas condições agronómicas ambientais, mantiveram o potencial agrícola. Em períodos de preços elevados dos cereais, como em 2022, estas áreas voltaram a ser utilizadas produtivamente.

Nas áreas mais intensivas, graças à PAC, os agricultores trabalharam no sentido do cumprimento das normas ambientais e de bem-estar animal, o que resultou numa agricultura menos prejudicial para o ambiente e numa melhor qualidade dos produtos.

O governo italiano apresentou uma boa aplicação/plano?

O governo italiano promoveu uma PAC conservadora em algumas escolhas; por exemplo, a manutenção de apoio de base ligado a referências históricas, a fim de assegurar uma redistribuição gradual do apoio. Ao mesmo tempo, Itália fez escolhas para favorecer a evolução da agricultura no sentido da produtividade e da transição ecológica.

Duas palavras-chave que se cruzam e não devem estar em oposição: produtividade e transição ecológica, a ser prosseguida gradualmente. Graças aos ecosistemas o nosso país seguirá o caminho para os objetivos de sustentabilidade da União Europeia. Este é um caminho gradual a ser alcançado com uma forte inovação dos processos de produção, em que a tarefa da investigação e dos técnicos será fundamental para acompanhar os agricultores em investimentos numa agricultura mais produtiva e mais ecológica (…).

→ Mais desenvolvimento na edição de abril 2023 da Revista Voz do Campo.

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