Outubro 7, 2024

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COP27: Trinta países somam-se à aliança contra a seca lançada por Espanha e Senegal

Espanha e Senegal lançaram hoje a Aliança Internacional para a Resiliência à Seca, que conta com a adesão de 29 países, incluindo China, Estados Unidos da América e Portugal, da União Europeia e 30 organizações.

Espanha e Senegal lançaram hoje a Aliança Internacional para a Resiliência à Seca (IDRA), que conta com a adesão de 29 países, incluindo China, Estados Unidos da América e Portugal, da União Europeia e 30 organizações.

A IDRA (na sigla em inglês) foi lançada pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e pelo presidente do Senegal, Macky Sall, no Egito, durante a 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27).

Já aderiam à Aliança Internacional para a Resiliência à Seca oito organismos das Nações Unidas, bancos de desenvolvimento, organismos de investimento e organizações não-governamentais (ONG), entre outras entidades.

Quanto a países, além dos promotores da iniciativa, dos Estados Unidos, China e Portugal, somaram-se, até agora, Alemanha, Argentina, Bélgica, Chile, Costa Rica, Costa do Marfim, Egito, França, Gana, Honduras, Quénia, Mauritânia, México, Mongólia, Marrocos, Namíbia, Panamá, Eslováquia, Eslovénia, República Dominicana, Somália, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e Uzbequistão.

A aliança pretende a união de esforços contra a seca, preparando melhor os diversos países, até 2030, para responder a este problema.

Os países e organizações comprometem-se a impulsionar uma mudança na forma como o mundo enfrenta os crescentes riscos de seca e passar de uma resposta de emergência à criação de resiliência a longo prazo.

Entre os objetivos da IDRA está conseguir que a resiliência perante a seca seja uma prioridade nos programas de desenvolvimento e cooperação, a par da partilha de práticas inovadoras, de tecnologia e de financiamento.

Espanha comprometeu-se a contribuir com 5 milhões de euros para a iniciativa e a captar mais recursos.

Outro dos países que aderiu ao projeto, o Quénia, assumiu o compromisso de plantar 5.000 milhões de árvores nos próximos cinco anos e 10.000 numa década.

“Nenhum país, rico ou pobre, é imune à seca e aos seus efeitos. O Corno de África regista cinco anos seguidos sem quase chuva, expondo 26 milhões de pessoas à fome, à luta pela sobrevivência e à deslocação forçada. A Europa sofreu este verão a seca mais severa dos últimos 500 anos”, afirmou Pedro Sánchez.

A severidade das secas aumentou quase 30% desde 2000 “e esta tendência ameaça em converter-se em mais um fator de instabilidade geoestratégica” disse ainda o chefe do Governo espanhol, para defender “a prevenção, a adaptação e a cooperação internacional”.

“Desenvolver resiliência perante os desastres causados pelas secas é a forma de conseguirmos avanços em cada objetivo de desenvolvimento sustentável, em particular, para as pessoas mais vulneráveis”, disseram Sánchez e Sall, numa declaração conjunta.

Também presente no lançamento da IDRA, o primeiro-ministro português, António Costa, salientou a urgência da cooperação internacional sobre a escassez de água e contra a seca.

“Como primeiro-ministro de um país que este ano sofreu uma das piores secas de sempre, gostaria de felicitar os promotores da iniciativa pelo lançamento desta aliança e expressar o nosso apoio e disponibilidade para contribuir para a transformar numa valiosa plataforma”, afirmou Costa, dirigindo-se a Sánchez e Sall.

António Costa defendeu que já ninguém se pode dar ao luxo de encarar a seca e a escassez de água como um fenómeno associado a eventos climáticos extremos, porque a sua regularidade mostra que se está já perante impactos das alterações climáticas.

“E é urgente que nos adaptemos a esta dura realidade. Colocar a escassez de água e a seca no topo da agenda política internacional é fundamental para nos ajudar a reunir mais partes interessadas, a trocar conhecimentos, tecnologia e experiências. As secas representam um desafio significativo para as nossas sociedades”, acentuou.

A sessão de lançamento contou também com a participação dos presidentes da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e do Conselho, Charles Michel.

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