Outubro 3, 2024

Agricultura Internacional

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Exportações da Fileira do Pinho alcançam novo recorde em 2022

As exportações de bens da Fileira do Pinho aumentaram 28% e alcançaram o valor recorde de 2,7 mil milhões de euros em 2022. 

Os últimos indicadores de Comércio Internacional do INE, analisados pelo Centro PINUS, revelam um aumento que supera em mais de 581 mil milhões de euros o valor registado em 2021, ano em que também se registou um recorde no histórico das exportações portuguesas da Fileira do Pinho em mais +25% comparativamente a 2020. 

Uma Fileira multifacetada atrativa para os mercados externos

A Fileira do Pinho representou, no último ano, 3,4% das exportações nacionais e 37% das exportações das indústrias da Fileira Florestal.

“Estamos bastante satisfeitos com a evolução crescente das exportações na Fileira do Pinho e com um maior reconhecimento externo dos produtos de alto valor acrescentado produzidos em Portugal. Este crescimento afirma a capacidade de adaptação e a resiliência das empresas deste setor, evidencia João Gonçalves, Presidente do Centro PINUS. 

De salientar que estes resultados refletem o aumento da procura de madeira e de resina de pinho, impulsionados pelas políticas de substituição de produtos de base fóssil e contextualizados por tendências de mercado, como o aumento da utilização de madeira em construção ou de embalagens de papel usadas nas vendas online.  

O subsetor do “mobiliário” continua destacar-se como o que mais exporta, alcançando em 2022 também um novo recorde de 933 milhões de euros (+26%). Nesse mesmo ano, os subsetores “papel e embalagem” e “painéis” alcançaram 586 milhões de euros e 240 milhões de euros, respetivamente, o que representou para ambos os setores um crescimento de 24% e a “madeira” exportou 522 milhões de euros (+18%).  

“O aumento das exportações em valor é muito expressivo, mas, em volume, as exportações de alguns subsetores devem ter estagnado ou caído, nomeadamente o dos painéis de madeira (madeira, resinas, energia). Tal reflete o impacto do aumento do custo das matérias primas a que assistimos em 2022, especialmente depois da invasão da Ucrânia pela Rússia”, analisa Rui Correia, CEO da SONAE ARAUCO, um dos associados do Centro PINUS .

Adicionalmente, a “resina” também cresceu 19%, com vendas ao exterior no valor de 201 milhões de euros (+19%). “Há razões para olharmos para estes números com otimismo por todos os factos apresentados anteriormente sobre a resina natural portuguesa e pelo aumento da procura por produtos naturais e sustentáveis em todo o mundo”, salienta Marco Ribeiro, presidente da RESIPINUS – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina.

As exportações do subsetor da resina aumentaram 19% em 2022

“Além disso, Portugal integrando a Resina Natural no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mostra a sua crença no setor e incentiva a produção e a exportação de produtos florestais, incluindo a resina natural, como parte de sua estratégia de desenvolvimento sustentável”, acrescenta.

Os “pellets” continuam a ser o subsetor com menos impacto nas exportações da Fileira do Pinho mas, em 2022, foi o subsetor que teve o maior crescimento com 59% face a 2021, totalizando mais 108 milhões de euros de vendas ao exterior. O aumento da procura internacional de pellets enquadra-se no contexto de disrupção do setor energético provocado pela guerra na Ucrânia.

A análise do economista João Ferreira do Amaral às Exportações da Fileira de 2022

A ascensão nas vendas ao exterior da Fileira do Pinho em 2022 acompanhou o crescimento de 23% de exportações nacionais de bens e o desempenho positivo das exportações nacionais das restantes indústrias florestais que também registaram um aumento de 28%, comparativamente a 2021.

Com base nos dados apurados pelo Centro PINUS, o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, João Ferreira do Amaral comenta que “2,7 mil milhões de euros representam cerca de 1,2% do PIB”. Trata-se de um valor extraordinário que revela o excelente momento da indústria da Fileira bem como a sua capacidade de inovação e de inserção no mercado mundial. O crescimento é tanto mais significativo quanto se segue a um crescimento já muito elevado em 2021 (25%)”.

Segundo o economista, “a capacidade da indústria fica assim amplamente demonstrada, tornando-se cada vez mais urgente uma política efectiva e continuada de desenvolvimento florestal, em particular do pinheiro bravo, para que as limitações da produção de matéria-prima não ponham em causa o dinamismo da indústria”.

Fonte: Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho.

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